De acordo com os colégios, o uso desregrado dos celulares causa desatenção entre os alunos durante as aulas e prejudica a interação "olho no olho" em momentos de lazer
Foto: LBeddoe/Shutterstock
Um levantamento realizado com representantes de escolas particulares em dez estados brasileiros revelou que 70% dos colégios privados de São Paulo pretendem endurecer regras sobre o uso de celulares. O assunto tem sido discutido na Câmara dos Deputados e a proibição do uso de aparelhos eletrônicos nas escolas foi aprovada na Comissão de Educação da Casa.
De acordo com os colégios, o uso desregrado dos celulares causa desatenção entre os alunos durante as aulas (66%), reclamação de professores (61%) e prejudica a interação "olho no olho" em momentos de lazer (49%). O aumento de problemas de saúde mental foi um dos mais apontados entre os profissionais de educação (84%), assim como a prática de cyberbullying (66%).
No entanto, quanto à condução das regras de uso dos aparelhos nas instituições há divergências. Enquanto 23% encaram a restrição total como uma solução, 53% dos colégios acreditam que investir em programas de prevenção e conscientização é a saída para mitigar os problemas da exposição aos aparelhos eletrônicos.
"Vivemos, nesse momento, um problema cultural do uso do celular e não é apenas uma simples proibição que vai levar o sucesso às escolas – acreditamos que as instituições precisam ensinar para seus alunos e famílias o uso responsável do celular e das tecnologias que já fazem parte tanto da vida dos professores como dos alunos também", disse o neuroeducador Fernando Lino, consultado pelos pesquisadores.
O levantamento foi realizado pela empresa Meira Fernandes, entre os dias 17 e 28 de outubro. Em São Paulo, 95 instituições de ensino foram entrevistadas, de forma remota ou presencial.
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