Repórter Metropole esteve no Corredor da Vitória para ouvir a população sobre o fechamento do Colégio Estadual Odorico Tavares há cinco anos
Foto: Reprodução
“O que aconteceu e o que é que vai ser aqui?”. O questionamento de Joacir Couto em relação ao fechamento do Colégio Estadual Odorico Tavares, localizado no Corredor da Vitória, é o mesmo que o de vários soteropolitanos. Joacir trabalha há 30 anos na região, que é considerada o metro quadrado mais caro de Salvador, e resumiu como era a instituição quando inaugurada: “Funcionou bem, com vários alunos, em um espaço muito bom e cobiçado por quem quer um empreendimento”.
Em dezembro de 2019, foi decretado o fim do Odorico Tavares. Mais de cinco anos após o fechamento pelo então governador Rui Costa (PT), a área onde funcionou por 25 anos o famoso colégio permanece com o futuro indefinido e sob a sombra de um possível leilão.
Rubenice Maria estudou no Odorico e voltou ao local no dia 26 de março na tentativa de obter o histórico escolar e retornar aos estudos. Ela não sabia, mas o colégio havia encerrado as operações. Coincidentemente, Rubenice encontrou a equipe do Repórter Metropole no momento e relatou a tristeza em se deparar com o espaço que tanto a serviu, abandonado. “Eu pensei que estava funcionando. Tinha tudo… sala de computação… tudo para estar aberto e está fechado”, contou.
O Odorico Tavares foi um dos colégios modelo construído na gestão de Antônio Carlos Magalhães (ACM). Por anos, havia disputa por vaga na instituição, que na época do fechamento só atendia a 9% da capacidade total de estudantes. Professores e ex-alunos acusam o poder público de ter criado obstáculos no processo de matrícula e sucateado a instituição para dar vez à especulação imobiliária.
Em maio de 2017, a Metropole denunciou o estado em que o colégio se encontrava, após constatar que “a lista de qualidades [do Odorico] havia ficado só na memória”. Na reportagem, alunos relataram os desafios enfrentados por quem frequentava a instituição.
“Aonde você vai, é limo nas paredes. No banheiro, a descarga é toda despencada, o vaso não tem tampa, muitas vezes ainda falta água. E eles abafam, escondem a condição em que a escola está. É capaz de, daqui uns dias — Deus é mais — descer a escola toda com essas chuvas”, disse Maiana Conceição na época.
Maiana ainda contou que o espaço, que já havia passado pelo desabamento do teto da quadra, estava abrigando ratos. “Ali embaixo, perto da cantina, tem um lado onde a gente senta, que dá para uns matos e tem muito rato. A professora até tirou foto para mostrar para a Secretaria de Educação”, afirmou.
Assista ao Repórter Metropole:
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