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quinta-feira, 4 de abril de 2024

Nova crise coloca em xeque apoio do PDT a Bruno Reis e eleva chances de rompimento com o União Brasil

 Assédio do partido do prefeito de Salvador à pré-candidata pedetista em Lauro de Freitas alimenta desejo de deixar oposição ao PT

Nova crise coloca em xeque apoio do PDT a Bruno Reis e eleva chances de rompimento com o União Brasil

Foto: Divulgação

Por: Jairo Costa Jr. no dia 04 de abril de 2024 às 06:00

Em plena montagem do xadrez para a disputa eleitoral deste ano, o prefeito Bruno Reis (União Brasil) corre sérios riscos de perder o apoio do PDT, um dos mais importantes partidos da base aliada ao Palácio Thomé de Souza e legenda da vice-prefeita de Salvador, Ana Paula Matos. O estopim para a recente crise foi aceso diante da pressão para que a pré-candidata pedetista ao comando de Lauro de Freitas, a vereadora Débora Régis, se filie ao União Brasil, sob a justificativa de pacificar o bloco contrário ao PT na cidade. A sirene tocou alto no núcleo político da prefeitura da capital após o presidente do PDT no estado, o deputado federal Félix Mendonça Júnior, postar no fim da tarde de quarta-feira (03) um desabafo cifrado no X (antigo Twitter), mas claramente dirigido aos cardeais do União Brasil.  

Mensagem subliminar
“O PDT da Bahia vai continuar independente, defendendo seus ideais. Nunca nos curvaremos a outro partido. Então, vamos nos afastar de alianças que são danosas aos nossos ideais, do oportunismo de quem apenas quer usar o partido da educação, do trabalhador e do empreendedor”, disparou Félix Júnior em seu perfil no X. A mensagem foi traduzida por aliados de Bruno Reis como ameaça direta de rompimento. Um dia antes, o parlamentar havia reagido duramente à suposta ofensiva para cooptar Débora Régis e afirmou à imprensa que, caso a saída fosse concretizada, ela perderia a melhor oportunidade de se eleger prefeita de Lauro ao se associar com "figuras já rejeitadas pelo eleitorado do município". Leia-se: o empresário Teobaldo Costa, fundador do Grupo Atakarejo.

Longe da fogueira
Procurado pela Metropolítica, Félix Júnior disse que o fim da aliança com o União Brasil na política em nível estadual já estava na agenda de debates internos e que o assédio à pré-candidata em Lauro de Freitas elevou o clima favorável ao rompimento entre dirigentes da sigla, mas descartou a possibilidade de deixar a base de Bruno Reis. "A princípio, o episódio envolvendo a migração de Débora Régis não respinga em Salvador. Mantemos ótimas relações com o prefeito e não vejo razões para ruptura", disse o cacique do PDT, ao alertar também que qualquer instabilidade extra pode deflagrar um processo irreversível de afastamento. "O perigo de colocar fogo no morro é que ele pode correr para cima", emendou o deputado.     

Sob aperto
Embora Félix Júnior garanta que não há chance de romper com o prefeito da capital, ele admite que a pressão de lideranças do PDT aumentou de forma substancial. Segundo apurou a coluna, os prefeitos das duas maiores cidades baianas governadas pela sigla defendem abertamente a debandada: Keinha de Jesus, de Araci; e Luciano Araújo, de Euclides da Cunha, que não esconde as insatisfações com os aliados da vez e prega que a legenda se distancie da oposição ao governo do estado.

Tropa do divórcio
"Eu nunca concordei com a decisão do partido de romper com o PT e se aliar ao União Brasil. Tanto que eu não rompi em Euclides da Cunha e hoje temos uma relação política de apoio mútuo com o governador Jerônimo Rodrigues, um político que respeita os aliados. Vou conversar com Félix Júnior para que o partido retome o diálogo com o PT e o governo do Estado. Farei essa ponte. Essa relação sempre houve e foi cortada por questões pontuais, que devem ser superadas", ressaltou Luciano Araújo, ao ser indagado sobre a crise na relação com os atuais parceiros.

Juntos e separados
Apesar do cerco para que deixasse a federação partidária encabeçada pelo PT, cujos líderes reclamam do seu alinhamento a Bruno Reis na Câmara Municipal, o vereador André Fraga resistiu à maré contrária e assegurou a permanência no PV, onde é quadro histórico. A contragosto dos petistas, Fraga disputará o segundo mandato mesmo na condição de dissidente. Entretanto, não foi fácil escapar de duas ofensivas simultâneas. De um lado, a cobrança para que ele abandonasse a aliança da prefeitura e vestisse o figurino de oposicionista. Do outro, a tentativa de levá-lo para um partido simpático ao Thomé de Souza. Não cedeu a nenhum deles.

Volume morto
Integrantes da cúpula do governo Jerônimo acham muito difícil que a Embasa continue sob controle do estado após 2033, quando passam a valer as metas impostas pelo Novo Marco do Saneamento. Ou seja, 99% das residências com abastecimento regular de água potável e 90% delas interligadas à rede esgoto. Ainda que tenha R$ 6,7 bilhões em caixa para investir na expansão dos serviços até 2028, conforme anunciado pela empresa na última segunda (01), seriam necessários quase R$ 24 bilhões a mais para cumprir as diretrizes nos cinco anos seguintes. Tamanha soma só seria possível através da entrada do capital privado no negócio.

É dando que ser recebe...
Parlamentares da bancada baiana em Brasília confidenciaram que o deputado federal Elmar Nascimento (União Brasil) atuou de forma direta para desarmar uma bomba prestes a estourar no colo de Jerônimo Rodrigues em curtíssimo prazo. Quem conhece detalhes da operação avisou que não revelaria de jeito nenhum o tipo de explosivo usado e nem os responsáveis por armá-lo, somente que o governador, o senador Jaques Wagner e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, expressaram profunda gratidão a ele pelo socorro. Gesto que, acreditam, pesará a favor de Elmar na batalha pelo comando da Câmara dos Deputados em 2025.

Felicidade de azarão
Apontado em terceiro lugar na recente pesquisa do instituto Séculus acerca da sucessão em Feira de Santana, divulgada na terça-feira (02) pelo site Bahia Notícias, o deputado estadual Pablo Roberto, pré-candidato do PSDB a prefeito da cidade, demonstrou otimismo frente aos números, de acordo com aliados próximos. Mesmo que apareça muito abaixo do ex-prefeito Zé Ronaldo (União Brasil) e do deputado federal Zé Neto (PT), respectivamente, primeiro e segundo colocados na sondagem, o tucano ficou animado com dois indicadores que tiveram pouco ou nenhum destaque no noticiário sobre o levantamento.

Causa e efeito 
A alegria de Pablo Roberto está, de início, relacionada ao grande percentual de indecisos detectado na pesquisa espontânea, em torno de 50% dos 1.066 entrevistados pelo Séculus. O cenário, no qual não são apresentados os nomes no páreo, serve para medir o índice de votos consolidados. Quanto mais baixo, menor será a probabilidade de crescimento para quem ocupa a rabeira da tabela, e vice-versa. Por fim, vem a impopularidade da gestão de Colbert Martins (MDB), rejeitada por 71% dos eleitores. Como o apoio de Zé Ronaldo foi decisivo para a reeleição de Colbert, o deputado do PSDB acha que dá para galopar se a imagem de ambos estiver bem colada durante a campanha.
 

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