Por recomendação do Iphan, a escultura trazida em 1745 permanece guardada no nicho principal da basílica
Foto: Arquidiocese de Salvador / Divulgação
Nesta quinta-feira (18), completaram-se 279 anos da chegada da venerável imagem do Senhor do Bonfim em Salvador. Ela foi trazida de Setúbal, Portugal, em 18 de abril de 1745, pelo capitão-de-mar-e-guerra lusitano Theodózio Roíz de Faria, como pagamento de uma promessa. De lá para cá, de acordo com a paróquia, a imagem original do Senhor do Bonfim da Bahia só saiu da basílica 13 vezes. Normalmente, quando o Senhor do Bonfim ganha as ruas, como aconteceu na pandemia, para abençoar a cidade, faz uso de um dublê — isto é, de uma réplica.
“É uma outra, igualzinha àquela, do mesmo tamanho. [A original] fica guardada ali no nicho principal”, destaca o pároco da basílica, padre Edson Menezes.
A paróquia ressalta ainda que a preservação da imagem original fica a cargo de um profissional especializado em restauração, que faz periodicamente a averiguação e as restaurações necessárias.
Um dos momentos mais icônicos de saída do Senhor do Bonfim a desfilar por Salvador foi nas comemorações do centenário da Independência da Bahia, em 2 de julho de 1923. Aliás, o Hino ao Senhor do Bonfim, de autoria de Arthur de Salles e João Antônio Wanderley, implica a manifestação de Jesus Cristo no momento de sua morte na vitória sobre as tropas portuguesas: "Glória a Ti, redentor que há cem anos / nossos pais conduziste à vitória / pelos mares e campos baianos".
Outro dado crucial de ligação do Senhor do Bonfim com o 2 de Julho é o fato de que sua primeira saída da igreja, que foi construída no alto da colina para abrigá-la (o que faz desde 1754. Antes a imagem ficava na Capela da Penha, na Ribeira), se deu em 1823, no ano da independência.
Recentemente, entre março e abril de 2019, os fiéis puderam, pela primeira vez neste século, chegar perto da imagem e tocar na cruz, que foi descida do altar-mor no período. A exposição fez parte da Jornada de Veneração à Santa Cruz do Senhor do Bonfim.
Antes disso, de acordo com registros da Devoção do Senhor do Bonfim, a última vez que a imagem foi retirada do altar-mor para a veneração dos devotos havia sido em 1996, quando a Arquidiocese realizou a abertura do Jubileu dos 2000 anos do nascimento de Jesus, no então estádio da Fonte Nova. Desde então, por recomendação do Iphan (Instituto do Patrimônio Artístico e Histórico Nacional), a imagem não sai mais de seu lugar seguro.
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