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sexta-feira, 19 de abril de 2024

Há 279 anos em Salvador, imagem original do Senhor do Bonfim manda um dublê quando tem que sair da igreja

 Por recomendação do Iphan, a escultura trazida em 1745 permanece guardada no nicho principal da basílica

Há 279 anos em Salvador, imagem original do Senhor do Bonfim manda um dublê quando tem que sair da igreja

Foto: Arquidiocese de Salvador / Divulgação

Por: James Martins no dia 19 de abril de 2024 às 11:28

Atualizado: no dia 19 de abril de 2024 às 11:35

Nesta quinta-feira (18), completaram-se 279 anos da chegada da venerável imagem do Senhor do Bonfim em Salvador. Ela foi trazida de Setúbal, Portugal, em 18 de abril de 1745, pelo capitão-de-mar-e-guerra lusitano Theodózio Roíz de Faria, como pagamento de uma promessa. De lá para cá, de acordo com a paróquia, a imagem original do Senhor do Bonfim da Bahia só saiu da basílica 13 vezes. Normalmente, quando o Senhor do Bonfim ganha as ruas, como aconteceu na pandemia, para abençoar a cidade, faz uso de um dublê — isto é, de uma réplica.

“É uma outra, igualzinha àquela, do mesmo tamanho. [A original] fica guardada ali no nicho principal”, destaca o pároco da basílica, padre Edson Menezes.

A paróquia ressalta ainda que a preservação da imagem original fica a cargo de um profissional especializado em restauração, que faz periodicamente a averiguação e as restaurações necessárias.

Um dos momentos mais icônicos de saída do Senhor do Bonfim a desfilar por Salvador foi nas comemorações do centenário da Independência da Bahia, em 2 de julho de 1923. Aliás, o Hino ao Senhor do Bonfim, de autoria de Arthur de Salles e João Antônio Wanderley, implica a manifestação de Jesus Cristo no momento de sua morte na vitória sobre as tropas portuguesas: "Glória a Ti, redentor que há cem anos / nossos pais conduziste à vitória / pelos mares e campos baianos". 

Outro dado crucial de ligação do Senhor do Bonfim com o 2 de Julho é o fato de que sua primeira saída da igreja, que foi construída no alto da colina para abrigá-la (o que faz desde 1754. Antes a imagem ficava na Capela da Penha, na Ribeira), se deu em 1823, no ano da independência. 

Recentemente, entre março e abril de 2019, os fiéis puderam, pela primeira vez neste século, chegar perto da imagem e tocar na cruz, que foi descida do altar-mor no período. A exposição fez parte da Jornada de Veneração à Santa Cruz do Senhor do Bonfim.

Antes disso, de acordo com registros da Devoção do Senhor do Bonfim, a última vez que a imagem foi retirada do altar-mor para a veneração dos devotos havia sido em 1996, quando a Arquidiocese realizou a abertura do Jubileu dos 2000 anos do nascimento de Jesus, no então estádio da Fonte Nova. Desde então, por recomendação do Iphan (Instituto do Patrimônio Artístico e Histórico Nacional), a imagem não sai mais de seu lugar seguro.

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