Por Francis Juliano
A disputa política pela prefeitura de Alagoinhas, no Agreste do estado, não terá pelo menos as cores mais evidentes no cenário político baiano e brasileiro. No entanto, não deixará de ser mais uma vez um embate entre as forças de apoio ao governador Jerônimo Rodrigues (PT) e o grupo representado pelo ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União).
Ao contrário de outras cidades de grande porte, como Camaçari e Lauro de Freitas, onde o PT encabeça as chapas, em Alagoinhas o partido declinou do posto. Preferiu sugerir o vice, Luciano Sérgio, e passar o bastão para o até há pouco tempo secretário de Relações Institucionais do município Gustavo Carmo, de 48 anos, uma indicação do atual prefeito Joaquim Neto (PSD) que teve o aval do senador Otto Alencar, líder da agremiação que mais fez prefeituras nas duas últimas eleições municipais na Bahia.
A decisão do PT de não brigar pela cabeça de chapa teria vindo de pesquisas internas que apontavam maior competitividade para Gustavo Carmo em contraposição ao sindicalista e ex-vereador Radiovaldo Costa. Carmo - que também é ex-legislador e filho do ex-prefeito da cidade e jornalista Judélio Carmo - conta com apoio da federação (PT, PV e PCdoB). Entre os entusiastas da pré-candidatura figura o ex-prefeito e atual deputado federal Joseildo Ramos (PT), que governou a cidade entre 2001 e 2008.
Já na oposição, o nome mais forte é o do ex-prefeito Paulo Cézar, recentemente filiado ao União Brasil - partido que já integrou quando era PFL e depois DEM - em evento em Salvador. Participaram do batismo partidário os caciques da legenda, a começar por ACM Neto. Também marcaram presença o prefeito de Salvador Bruno Reis e o deputado federal Paulo Azi, parlamentar que tem base em Alagoinhas.
Nas circunstâncias atuais, Paulo Cézar, de 66 anos, se beneficia do desgaste natural da gestão do prefeito Joaquim Neto [que está no final da reeleição] representada por Gustavo Carmo. Um apoio de última hora para Cézar veio do atual vice-prefeito Roberto Torres, que rompeu com Joaquim Neto e se filiou ao PDT. O motivo da cizânia foi a discordância pela preferência por Gustavo Carmo.
Nessa eleição, a campanha de Carmo deve focar no chamado PGP [Plano de Governo Participativo] em que o postulante e os seus aliados devem percorrer a cidade em dois meses, recolhendo sugestões para propostas de políticas públicas. É um modelo similar ao adotado pelo PT em campanhas eleitorais.
Na oposição ainda há a pré-candidatura à direita do advogado Leandro Sanson (Novo) que critica os candidatos Gustavo Carmo e Paulo Cézar de defenderem o que chama de “velha política”, e o vereador e bolsonarista Pastor Lins (PL). Especula-se que os dois podem se aliar e formar candidatura única.
Bem mais à esquerda, o PSTU apresentou o professor Ednaldo Sacramento, que vai tentar conquistar os votos dos eleitores não atraídos para a candidatura de Gustavo Carmo. Nesta eleição, os temas devem passar mais uma vez por saúde, infraestrutura, geração de emprego e industrialização.
O município, que recebeu o título de Capital Estadual da Cerveja, por abrigar um polo industrial de bebidas, ainda carece de maior desenvolvimento, tema que será debatido entre os postulantes na corrida eleitoral.
Fnte Bahia Noticias
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