Pedro Maia tomou posse em cerimônia concorrida e chega ao cargo com forte apoio interno
Foto: MP-BA/Divulgação
A posse do promotor Pedro Maia à frente do Ministério Público do Estado da Bahia vai diminuir o nível de ingerência política no órgão, estimam membros graduados do MP e juristas ouvidos pelo Metro1. Candidato único e eleito em 6 de dezembro de 2023 para o comando da Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ), Maia foi empossado no cargo na última sexta-feira (1º), em cerimônia considerada a mais concorrida da história recente do MP.
Internamente, a vitória de Maia foi atribuída entre promotores e procuradores baianos ao discurso de maior independência em relação ao governo do estado e políticos que gravitam a órbita do Palácio de Ondina. Embora tenha sido o mais votado da lista tríplice nas quatro eleições anteriores para a chefia do MP, ele acabou preterido em relação aos outros nomes com menor quantidade de votos.
A avaliação é de que Maia não foi escolhido antes pelo então governador Rui Costa (PT) justamente pela postura em defesa de um Ministério Público mais blindado a eventuais ações externas. Na última sucessão, disputou sozinho no páreo e obteve 569 votos, equivalente a 98% dos integrantes do órgão aptos a participar do processo.
Como Maia foi o único nome da lista, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) não teve outra alternativa a não ser referendar o resultado das urnas. "Existe ainda um grande descontentamento interno quanto à interferência política no MP. Isso começou a mudar a partir da primeira eleição de Norma Cavalcanti, mas a expectativa é de Pedro Maia avance nesse sentido", estima um promotor de Justiça com assento na cúpula da instituição, ao citar a ex-PGJ, que em 2020 interrompeu o longo domínio do grupo que controlou o órgão por cerca de uma década e meia.
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