'Houve um excesso dos seguranças', diz advogado da família de porteiro morto em abordagem no metrô de Salvador - RIACHO DA GUIA NEWS

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sábado, 20 de janeiro de 2024

'Houve um excesso dos seguranças', diz advogado da família de porteiro morto em abordagem no metrô de Salvador

 'Houve um excesso dos seguranças', diz advogado da família de porteiro morto em abordagem no metrô de Salvador

 Em conversa com o BNews, advogado esclarece o que aconteceu com o porteiro antes de sua morte no metrô  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Redes sociais

Publicado em 19/01/2024, às 21h38 - Atualizado às 23h15   Cadastrado por Victória Valentina



"Era pai de três filhos e muito brincalhão". É assim que os advogados Dielson Monteiro e Pedro Fernandes, que atuam na defesa da família de Edmar Moreira, descrevem o porteiro de 38 anos que foi morto após ser imobilizado por agentes da CCR Metrô, na Estação Acesso Norte, em 6 de janeiro

Em conversa com o BNews, Dielson contou que a família segue indignada e em buscas de respostas para o acontecido. De acordo com ele, naquele fatídico dia, o porteiro havia saído para trabalhar às 5h30 e acabou morto pouco mais de 30 minutos depois. Sua rotina foi interrompida logo após uma briga com um suposto vendedor ambulante dentro de um ônibus.

"Ele estava indo para o trabalho dele e houve uma certa confusão. Ele era uma pessoa bastante tranquila, pai de três filhos, pagava pensão certinha. Brincalhão, gostava de jogar bola. A família está indignada porque sabe que houve um excesso, independentemente do que ele poderia ter feito. Poderia ter matado, roubado, mas houve um excesso, e isso foi punido", disse.

Segundo a defesa, os parentes só souberam da morte de Edmar à noite, após buscas pelo rapaz. Eles foram informados pelo patrão do porteiro que ele não havia chegado ao trabalho.

"O dono da empresa começou a ligar [para saber de Edmar]. Ligou para ele, não conseguiu, e aí ligou para a família, que começou a buscar por ele. Procuraram nas UPAs, no Hospital Geral do Estado (HGE) e nada. Foram procurar no Instituto Médico Legal (IML) e encontraram o corpo lá", explicou Monteiro.

Nas imagens das câmeras de segurança da Estação Acesso Norte, é possível ver o momento em que Edmar é conduzido algemado e, posteriormente, imobilizado por dois seguranças. Segundo o advogado, o porteiro ficou cerca de seis minutos desacordado, e os agentes não acionaram o SAMU, confrontando a versão dada em nota pela CCR.

Foram populares que viram a situação e acionaram o SAMU. Os agentes ficaram ali, não fizeram uma técnica de reanimação. Claro que a gente depende do laudo final, mas tá visível que houve uma imprudência, uma falta de zelo, de cuidado deles. Eles ficaram ali na frente, um olhando para a cara do outro, e quando perceberam que ele estava desacordado, não fizeram nada", afirmou o advogado.

"A gente não sabe pra onde eles levaram a maca. Não tem uma câmera que acompanha para onde os seguranças levaram, qual foi o tempo. Consta em um ofício da SAMU que um popular ligou para o socorro, e não um agente. Quando liga para a SAMU, eles perguntam quem é, e tem esse registro", completou.

Ainda de acordo com a defesa da família de Edmar, um perito que atuou no caso informou que todo procedimento feito pelos agentes da CCR foi incorreto, e que poderia ter salvado a vida da vítima.

"O procedimento não era aquele, não era pra ter sido feito quando ele já estava desacordado. Era pra ligarem pra ambulância e fazer o procedimento lá, no local. O laudo ainda não saiu, mas um ofício indica que Edmar teve uma parada cardiorrespiratória", alegou.

Em nota, a CCR Metrô informou que "ao constatar que o passageiro tivera mal súbito, os agentes o conduziram para a sala de APS (atendimento de primeiros socorros), que conta com todos os equipamentos de reanimação e equipe treinada. No local, ele recebe atendimento até a chegada do SAMU. O SAMU é chamado enquanto o passageiro se encontrava em atendimento na sala de APS".

Por fim, a concessionária lamentou o caso e informou que os agentes que estiveram envolvidos na ocorrência foram afastados de suas funções operacionais até a conclusão das investigações.  

Fonte Bnews

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